A mídia não apenas informa o público, mas também influencia as prioridades e a agenda pública. Essa é a premissa básica da Teoria do Agendamento, proposta por Maxwell McCombs e Donald Shaw, em meados de 1970. A ideia central dessa teoria é que os meios de comunicação moldam a percepção da realidade dos indivíduos ao escolher (sim, são escolhidos) quais temas cobrir e de que forma apresentá-los à massa.
A massa, no contexto da comunicação, refere-se a um grande número de pessoas que consomem informações e conteúdos por meio de meios de comunicação, como televisão, rádio, internet. Ocorre que essa retenção de informações acontece de forma passiva, com a intenção de atingir grandes audiências, de modo a influenciar opiniões, comportamentos e culturas.
A capacidade dos meios de comunicação moldarem as percepções coletivas sobre temas sociais, políticos e culturais é significativa. Isso ocorre diariamente e, muitas vezes, você nem percebe – por isso ressalto que a retenção de informação acontece passivamente.
Esse processo pode ser visto em diversas esferas, como política, entretenimento, saúde e questões sociais, quando certos assuntos recebem mais destaque, enquanto outros permanecem ignorados ou pouco abordados. É aí que surgem as famigeradas ‘cortinas de fumaça’: a fim de evitar um assunto ‘x’, incute-se um assunto ‘y’ e o destaque é dado a esse.
Essa manipulação pode ocorrer através da repetição de narrativas, do uso de linguagem sugestiva, do que ou de quem falar e de quem está em evidência. Um exemplo claro desse fenômeno é o consumo de informações por meio de perfis em redes sociais com postagens humorísticas e críticas sociais que, sutilmente, inserem em nossas mentes modos de comportamentos e narrativas. Diariamente, reputações são alavancadas ou destruídas por meio de narrativas criadas e até inventadas.
Assim, a manipulação da massa ocorre quando a mídia não apenas reporta, mas molda comportamentos e opiniões, guiando a sociedade em direções que podem atender a interesses específicos.
Esse poder de agendamento da mídia ressalta a responsabilidade dos jornalistas e dos veículos de comunicação. A capacidade de influenciar a opinião pública é um instrumento poderoso que pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal, já que as massas são moldadas pela comunicação: o que se destaca nesses meios se torna a “realidade” que todos enxergam.
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